Presidentes da Guiana e do Panamá, Mohamed Irfaan Ali e Laurentino Cortizo, foram reconhecidos pelo IICA pela sua liderança e visão em prol da agricultura e a segurança alimentar regional

Mandatários de ambos os países também reconheceram a contribuição do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) para incorporar tecnologias digitais e visão de resiliência e sustentabilidade nos processos produtivos das Américas.

São José, 4 de outubro de 2023 (IICA) – Os presidentes da República Cooperativa de Guiana, Mohamed Irfaan Ali, e da República do Panamá, Laurentino Cortizo Cohen, receberam um reconhecimento do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) pelo seu compromisso e liderança em prol da agricultura e segurança alimentar dos seus países e de toda a região, por meio de políticas de fomento, visionárias e inovadoras, para aumentar a produtividade, a inclusão, o empoderamento de produtores e a sustentabilidade. 

Os mandatários participaram junto ao Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, na inauguração da Conferência de Ministros da Agricultura das Américas 2023, organizada pelo Instituto em São José, na Costa Rica. 

Ao receber o reconhecimento do IICA das mãos de Otero, o Presidente da Guiana agradeceu ao IICA pelo seu apoio técnico dirigido à agricultura do seu país e destacou o trabalho dos agricultores e membros da CARICOM, no seu trabalho para reduzir a fatura de importação de alimentos 25% até 2025 e ter um sistema produtivo sustentável, resiliente e que suporte a vulnerabilidade climática da região. 

“No mundo agrícola, o custo entre 2021 e 2022, somente em um ano, aumentou 10%; isso nos diz que o investimento em tecnologia e inovação deve ser feito já, se queremos nos assegurar frente a estas dificuldades”, expressou Irfaan Ali. 

“De 2018 a 2022, se observa um aumento significativo na importação de alimentos e insumos para a agricultura, como trigo, milho, hortaliças e carnes. Tudo isso contribuiu significativamente à expansão da inflação e da insegurança alimentar na região; e nunca se teve uma oportunidade como a que temos atualmente, e quero destacar o IICA pelo seu trabalho em trazer tecnologias para resolver esses problemas dos setores alimentar e agrícola”, enfatizou o Presidente. 

Dentro dos projetos atuais da Guiana, o mandatário sinalizou: “Estamos trabalhando com o Brasil na dinâmica e transporte para o abastecimento de alimentos e, para nos assegurar que isso aconteça com rapidez, trabalharemos com o IICA em um centro regional de alimentos que cumpra com as normas de todos os mercados”. 

Em seu discurso, Irfaan Ali também expressou que “uma segunda iniciativa em que estamos trabalhando fixa a meta de ter 35% de todos os novos projetos de produção alimentar liderados por mulheres e jovens, como terceiro ponto procuramos produzir alimentos sem perturbar o meio-ambiente e mantendo o valor nutricional.  Finalmente, estamos propondo estabelecer um centro de agroinovação que trará as melhores tecnologias, conhecimentos, líderes e digitalização. 

Por outro lado, o mandatário panamenho, Laurentino Cortizo, também reconheceu e agradeceu o apoio técnico do IICA para o estabelecimento da Lei de Política Agroalimentar de Estado do Panamá, projetada para assegurar o direito humano à alimentação e proteger o setor produtor do país, que entrou em validez este ano.

“Tenho que agradecer ao Diretor Geral do IICA, Manuel Otero, e sua equipe; e aproveitar a oportunidade para agradecer aos produtores e as produtoras panamenhas, porque esta política de Estado foi construída de baixo para cima, não foi um Ministério de Desenvolvimento Agropecuário, ou um Ministério de Planificação, mas foram os mesmos produtores e é assim que foi levada para Assembleia Nacional e foi aprovada de forma unânime”, destacou. 

Esta política estabelece a primeira lei deste tipo no continente, que cria condições para que todos os panamenhos e panamenhas possam ter acesso em todo momento a alimentos sãos e nutritivos com preços acessíveis.  Ao mesmo tempo, favorece a competitividade do agro, com foco na sustentabilidade econômica, social e ambiental da produção de alimentos e o bem-estar dos habitantes das zonas rurais. 

“Para os países que não têm essa política de Estado para o setor agropecuário, quer que saibam que têm aqui no IICA um grande aliado.  Nossa experiência com a orientação do IICA tem sido da mais alta qualidade, então preciso agradecê-los, diretor Otero”, finalizou o mandatário panamenho.

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O mandatário enfatizou a relevância de trabalhar para reduzir a pobreza e a desigualdade desde a infância.  “Na nutrição está envolvida a produção de alimentos e é daí onde vem o trabalho mancomunado de cada um de nós, Presidentes e Ministros de Agricultura, que amamos com paixão o campo, para que na agenda dos nossos países o tema da produção de alimentos tenha a mais alta prioridade”, disse. 

Cortizo também fez uma convocatória para tratar, durante a conferência ministerial, o aumento da resiliência e da produção sustentável da agricultura regional. “O Panamá e a Guiana são países carbono neutro negativos.  Os países desenvolvidos, que são os grandes emissores de carbono, de gases de efeito estufa, são os que têm também que ver o que vão fazer com essa indústria produtora desses gases”, assegurou.